Diferente de outras profissões, a graduação em Relações Internacionais gera muitas dúvidas entre os que pretendem segui-la.
Enquanto medicina, por exemplo, tem sua perspectiva de futuro muito conhecida e capaz de trazer segurança sobre quais caminhos percorrer, RI é o inverso, e a falta de estruturas formais para direcionamento e emprego podem gerar, aos mais racionais, medo em escolhe-la.
Quem chegou a esse texto certamente deve estar passando por algumas das grandes crises pré matricula mais corriqueiras do que ele pode imaginar. Sendo assim, para solucionar essas dúvidas, separei cinco motivos os quais deve-se ter em consideração antes de trilhar as Relações Internacionais:
- Relações Internacionais não é comissariado de bordo
Muitas pessoas acham que estudar Relações Internacionais é viajar o tempo inteiro, virar algo semelhante ao nomadismo digital ou coisa que o valha.
A depender do posto de trabalho que o profissional venha a ocupar, este estará alocado em uma cidade, indo ao escritório todos os dias, como qualquer funcionário de qualquer empresa.
Caso a sua ideia seja estar cada dia estar em um lugar diferente, melhor trabalhar em alguma empresa aérea ou como marinheiro;
- Fazer intercambio não te qualifica em Relações Internacionais
É comum após uma temporada no exterior, como intercambista em alguma universidade, escola de língua inglesa, o jovem voltar achando que a sua vivência fazendo amigos é a mesma coisa que as RIs e por isso deve estudar RI.
Ledo engano, pois a mencionada área de estudo vai muito além de conversar com pessoas de outros países em um idioma estrangeiro. Isso tem mais a ver com o trabalho de um interprete, ou guia turístico.
O profissional de Relações Internacionais atua de modo a favorecer a conexão entre países ou seus representantes através da diplomacia, cooperação internacional, comércio exterior, etc.
- Relações Internacionais não “são chiques”:
É praticamente impossível encontrar um estudante de Relações Internacionais que não tenha escutado de alguém “uau! Que chic!” ao falar o que estava fazendo na faculdade. Naturalmente os outros ligam a profissão à diplomacia, às viagens internacionais e, quiçá, aos produtos importados, tão valorosos no passado.
A verdade é que RI é uma profissão como qualquer outra. Existirão os profissionais bem sucedidos, os menos, e aqueles que vivem como normais pessoa da classe média. O fato de atuar com relações internacionais não irá te aproximar da alta sociedade ou coisa que o valha se o seu trabalho, esforço e objetivos não te levarem rumo a este destino.
- “Quem não fala inglês não pode estudar RI”
Nem todos os estudantes tiveram a oportunidade ou a capacidade de aprender inglês antes de ingressar na faculdade. Nem todos poderão fazer viagens internacionais, estudar fora do país, logo, para esses existe o tempo da faculdade justamente para preparar o currículo de modo que este tenha, ao sair da universidade as habilidades necessárias para atuar no mercado de trabalho.
Sendo assim, não há motivo para desespero, mais importante do que entrar falando inglês é sair falando inglês.
- “Quem estuda Relações Internacionais não consegue ter família”
Como mencionado anteriormente, RI é uma profissão como qualquer outra, deste modo é totalmente possível ter uma casa, um cachorro, dois filhos, um marido ou esposa que lhe acompanhe.
Assim como tudo na vida, é fundamental que os membros da família estejam cientes da rotina, possibilidades e desafios que a profissão de cada um tem e, a partir desses acordos, conviver em harmonia caso o profissional de Relações Internacionais precise mudar de cidade, país ou viajar com frequência.